terça-feira, 28 de outubro de 2008

p a l a v r a s

Pequenas... grandes...
doces... cruéis...
Palavras, palavras, palavras!
Palavrear é arte,
a arte da alma.
Viajo por mundos inexistentes,
abraço o imaginário,
encontro seres e saberes.
Palavras que se perdem em meio a multidão;
multidão de outras palavras,
palavras que criam forma em um só nó.

"Nem toda palavra é aquilo que o dicionário diz... nem todo pedaço de pedra se parece com tijolo ou com pedra de giz..."


Isabelle Dias :*

domingo, 19 de outubro de 2008

Encanto de querer!


Quero a leveza das folhas em meu quintal
Quero a docura dos pássaros a cantar
Quero o brilho da mais bela estrela
Quero o sonho mais bem guardado
Quero o perfume das grandiosas flores
Quero as vontades dos mais longos amores
Quero as cores da primavera
Quero as gotas de orvalho em minha janela
Quero a chuva molhando a face
Quero as nuvens da imaginação
Quero a estrada para a mais doce paisagem
Quero os sorrisos de maiores verdades
Quero a traquinagem do menino levado
Quero a delicadeza da bailarina suave.

Ora! quero sim... isso tudo...

Mas de uma coisa não me esqueço...

" Quero palavras brotando ao papel,
o encanto da maneira mais s u t i l
"

Isabelle Dias :*

~ *

18 de outubro de 1914, em Schoenstatt, na Alemanha, é fundado pelo Pe. José Kentenich O Movimento Apostólico de Schoenstatt. O ato da fundação foi a Aliança de Amor, selada pelo Pe. José Kentenich juntamente com um grupo de seminaristas pallottinos convidando a Mãe de Deus a estabelecer-se numa Capelinha e fazer dela um Santuário de graças, de onde partisse um movimento de renovação religioso e moral para mundo.
18 de outubro de 2008 - noventa e quatro anos.
Durante esses anos o movimento apostólico vem abraçando tanta gente... pessoas disposta a lutar pelo amor de Deus e de Maria, pessoas de qual a fé é tão grande. Unido pelos amor, unidos pela aliança, unidos pela troca de corações.

domingo, 12 de outubro de 2008

Puro Êxtase

Era manhã de domingo, o ponteiro do despertador marcava exatamente 8:00 horas da manhã.
Como sempre ele vira e se revira na cama antes de desligar o despertador. Pois sim... aquele pipipipi era mesmo de irritar, ainda mais em uma bela manhã de domingo.
- Porcaaaaria! hoje é domingo, eu posso dormir mais um pouco não posso?
Entranho, até engraçado... um homem fazendo perguntas certeiras para um despertador, talvez apenas meros ponteiros e um incansável músical de pipipipi, que não parava de se repetir.
Ele se vira para o lado esquerdo, abraça forte sua companheira... que bom que ela estava em um sono profundo, assim não precisava aguentar o "ótimo" humor matinal de seu marido.
O marido ergue a cabeça até ter a vista perfeita do rosto de sua mulher, observa e observa...
- Tão doce e delicada como os anjos... o sono mais gostoso de todos.
Parecia que ela estava sonhando, sonhando com algo bom... seus lábios se mexiam e davam uma leve impressão de um sorriso daquelas felicidades mais discretas.
Fica então uma intrigante questão matutando a cabeça dele "Eu precisei mesmo de um despertador irritante para me deixar com um péssimo humor, e então perder o sono para perceber as coisas mais simples e delicadas de minha amada, as expressões mais doces em apenas um sono e sonho..."
Então ele mesmo responde em voz tão alta...
- Sim! eu precisei disso para ter a certeza de que fiz a melhor escolha de minha vida.
Muito bem! ele acabará de acordar a doce moça do sono sorridente...
- Ah! meu amor, você precisa fazer esse escândalo todo a está hora da manhã?
Ele olha novamente para o despertador, agora está marcando 8:01 da manhã... espantou-se, como em apenas um minuto percebeu tantas coisas?... sendo essas coisas os pequenos detalhes que ele nunca percebeu desde o seu primeiro dia ao lado da doce moça do sono sorridente, aquela que foi sua melhor escolha.
Vira novamente e fala bem baixinho as palavras mais bonitas e certeiras que sabia dizer...
- Eu amo você meu anjo!
Ela acaricia seu rosto e o retribui com palavras tão bonitas e certeiras como as dele;
- E eu amo você meu amor!
E antes que esse diálogo continue, ela diz...
- Amor, eu posso dormir mais um pouco? Coloque o despertador para às 9:00, por favor...
Seu marido faz o que ela pede, mas não consegue dormir novamente, então vira para o lado do despertador...
- Não... você não é apenas meros ponteiros com um incansável músical de pipipipi.
- Muito Obrigado Senhor dispertador.
É despertador não fala, mas no coração do rapaz foi como se ele tivesse dado uma resposta muito boa.
Os olhos dele começam a se fechar, e antes que ele pudesse pegar novamente no seus últimos minutos de sono da manhã, diz tão baixinho...
- ela é puro ê x t a s e .


Texto e foto - Isabelle Dias :*

terça-feira, 7 de outubro de 2008

Onde?... p u r a utopia!

Onde está a linda chuva que veio me molhar?
caiu... caiu... caiu no mar!
Onde está o passarinho que estava a me alegrar?
alegrou-me... alegrou-me... foi cantar!
Onde está a estrela que todas as noites no meu céu veio brilhar?
brilhou... brilhou... foi sonhar!
Onde está o menino que aqui corria sem parar?
correu... correu... foi bincar!
Onde está a bela flor que suavemente rodava para lá e para cá?
rodou... rodou... foi dançar!
Onde está o sorriso mais belo que sempre me fazia acreditar?
sorriu... sorriu... foi gargalhar!
Onde está a menina, inoscente menina que vivia a chorar?
chorou... chorou... foi amar!

Utopia dos dias que vi passar... Utopia dos dias que vejo voltar...



Isabelle Dias ;*

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Memórias de um escritor quase fracassado


Manhã de dezembro de 1997... -
Talvez um dia igual aos outros, mas para Frederico está manhã de dezembro era decisiva. A resposta ou a porta de seus sonhos que se feicharia.
Ele estava um pouco pertubado, até se sentia incapaz, pois havia passado boa parte da
noite buscando o que perdeu a alguns dias. Frederico não era como os outros jovens de dezesseis anos, ele era um garoto podemos dizer que muito decidido, porém muito solitário quando se tratava de suas vontades.
Como já havia dito antes, ele andava meio perturbado em busca de algo... Algo? É Frederico tinha uma enorme paixão pelas palavras, se perdia entre livros e seus cadernos onde escrevia seus textos e suas anotações. Só que de uns tempos para cá ele não conseguia sequer escrever, por mais que se esforçasse. Era como se algo impedisse suas idéias, e isso o magoava tanto, a cada dia ele estava sentindo mais e mais incapaz.
Nessa manhã de dezembro Frederico não sentiu vontade de ir ao colégio, ficou em casa, arrumou seu quarto e viajou entre pensamentos o resto da tarde. Quando o relógio de sua sala marcou seis e meia da tarde, ele se deu conta de que havia ficado a tarde toda em seu sofá sem fazer nada, absolutamente nada. Só preso em pensamentos. Então sua mãe chegou do trabalho... acho que me esqueci de citar que ele é filho único, sua mãe solteira, ficou grávida de Frederico muito cedo, por isso teve de começar a trabalhar quando ainda jovem e com um filho para criar. Podemos concordar em uma coisa, Frederico sempre sentiu falta de pessoas ao seu lado desde pequeno, só encontrava com sua mãe de noite quando ela voltava do trabalho. Então seu único refúgio para não se sentir sozinho, sempre eram as palavras.
... então quando sua mãe entrou em casa ela o olhou cuidadosamente e disse:
- Meu filho querido! senti sua falta hoje sabia? te liguei umas duas vezes e você não atendeu. Por um acaso saiu para algum lugar?
E então assustado, pois ficou confuso a tarde toda e nem ouviu o telefone tocar.
- Mãe! também senti sua falta, me desculpe pelo telefone acho que não o ouvi tocando.
A mãe de Frederico estranhou e muito, pois como eles passavam pouco tempo juntos ela não sabia muito sobre o que acontecia com o filho, quase não conversavam sobre os problemas pessoais, mas ela costumava ligar todas as tardes para falar com ele. E bem que notou que seu filho andava um pouco estranho já tinha uns dias.
- Frederico, você não está me escondendo algo, está? Bem que percebi você um pouco estranho já tem um tempinho.
E antes que sua mãe continuasse interrogatório, disse rapidamente quase engolindo as palavras uma por uma.
- Ah! não se preocupe, eu estou bem... só ando um pouco cançado com o colégio. E falando nisso estou indo para meu quarto estudar.
A sua mãe achou que isso tudo estava muito misterioso, mas pouco tempo depois se
convenceu de que não devia ser nada, afinal um garoto tão dedicado aos estudos é
até normal que se canse as vezes.
Enquanto isso Frederico estava em seu quarto deitado em sua cama e pensando em algo para passar ao papel. Parecia que sua vontade de pegar suas folhas e seu lápis era tão grande, mas não saia nada, nada. E nessa noite ele ficou ali novamente pensando. Pouco tempo depois, se levantou, foi até sua escrivaninha de livros, pegou suas pastas e cadernos com seus textos e anotações, ele até estava com um pouco de receio. Olhou a pasta de seus textos mais antigos, textos de quando ele havia encontrado sua verdadeira paixão pelas palavras. Então começou olhar as folhas, eram folhas brancas escritas a lápis. Frederico sentiu algo tão forte dentro dele, seus coração batia mais rápido agora... foi então que ao meio de todas aquelas folhas brancas ele encontrou uma de outra cor, ela era amarela e diferente das outras, ele então olhou em letras bem grandes e leu "Aquarela de um sonho sem fim", estranho! ele não se lembrava dessa folha e muito menos dessa poesia. Impossível negar, pois aquela letra era mesmo a dele... então percebeu que no cantinho estava escrito assim:
"Nem sempre sou igual no que digo e escrevo,
mudo, mas não mudo muito!"
Era como se uma força maior tomasse conta de Frederico, naquele instante ele teve a certeza de que as palavras e a sua inspiração não estavam o abandonando em nenhum momento, mas elas só estavam dando um pouco mais de tempo para ele mesmo. Frederico muito afobado não pensou duas vezes e pegou seu caderno de anotações e seu lápis e começou a escrever. Foram palavras tão pequenas e simples, mas que até hoje o tocam no fundo de sua alma.
"Hoje pensei que todas as minhas vontades e sonhos que venho guardando a tanto tempo chegaria ao fim... estava errado. As palavras estão em mim, como se cada célula de meu corpo necessite delas para sobreviver. Eu também me dei conta de uma coisa, que os escritores, poetas, esses sim são bem mais do que verdadeiros artistas, eles tem o seu dom especial, eu também tenho como eles esse dom especial e não posso abrir mão disso por qualquer coisa, tenho que agarrar isso e não soltar jamais. E assim como as idéias os dons também são, eles podem virar para mim a qualquer hora e dizer "Adeus! eu estou indo embora", por isso não posso esperar, eu tenho que o cultivar cada vez mais, o guardar bem no fundo de minha alma, para que nunca possa o perder. Pois acho que perder um dom dói muito mais que outras coisas. E eu não irei sentir esse vazio tão grande quando as palavras não quiserem colaborar comigo, ao contrário, só irei dar mais tempo a elas, para que me digam novamente um enorme e sorridente "Oiiiii! eu estou de volta".
Frederico se sentiu bem melhor após tem pego seu caderno e seu lápis e escrito pelo menos algo, mesmo que ele não tivesse escrito aqueles belos textos ou aquelas emocionantes poesias que costumava escrever antes. Mas naquele dia aprendeu por si só que não devemos querer tanto de nossos dons, nossa inspiração principalmente, pois eles, eles sim vão dizer "Oi" quando tiverem vontade. E o mais importante, não devemos nos martirizar quando eles derem um tempo para nós, pois cada um sempre terá o seu dom guardado no fundo da alma, só basta o cultivar da melhor maneira.
Após ler o que tinha acabado de escrever, Frederico sentiu uma enorme vontade de complementar com mais algumas palavras, então voltou a pegar seu caderno e lápis, e assim escreveu...
"Memórias de um escritor que se viu quase fracassado antes mesmo de ser conhecido".

Isabelle Dias ;*